ACTIONAID, ACNUR E INGD REALIZAM VISITA CONJUNTA DE MONITORIA AO PROJECTO DE PROTECÇÃO DE DESLOCADOS INTERNOS DE NIASSA

A Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), a Agência das Nações Unidas para refugiados (ACNUR) e o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) realizam, desde esta terça-feira, (13/09), na província de Niassa, uma visita de monitoria conjunta com vista a testemunhar o impacto e desafios do projecto “protecção de deslocados internos e comunidades anfitriãs”.

Naquela província, estão previstas visitas aos distritos de Cuamba, Lichinga, Marrupa e Mecula, onde a equipa composta pelas três organizações irá interagir com os membros dos espaços seguros. Incluem ainda no rol de actividades, visitas as famílias deslocadas de Cabo Delgado, dos ataques à Mecula em Niassa, e afectadas pelo Ciclone Gombe que fustigou aquele ponto do país, deixando para trás um rastro de destruição e centenas de pessoas sem abrigo.

Segundo o gestor das políticas e programas humanitários da AAMoz, Johannes Chiminya, as monitorias terão lugar nos espaços seguros das mulheres e espaços de recreação, estando também previstos encontros com os governos provincial e distrital, Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Direcção Provincial de Saúde (DPS), Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social (SDSMAS) e com o Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ).

O gestor de programas humanitários elucidou ainda que, com os parceiros de governo, se pretende medir de nível de interação e engajamento do trabalho realizado pela AAMoz “e ver áreas que precisamos melhorar para alcançar as metas e ter mais impacto nas vidas dos beneficiários”.

Esta visita irá coincidir com o treinamento dos pontos focais de protecção e pessoal do governo baseados em Mecula, em matéria de Violência Baseada no Género (VBG), nomeadamente um técnico dos serviços distritais, SDSMAS, do IPAJ, procuradoria distrital, cinco mulheres do espaço seguro de Naulala 1 e um líder comunitário.

Na comitiva da ActionAid, para além do gestor de programas humanitários, integra também a directora de programas Márcia Cossa.

Refira-se que o projecto “protecção de deslocados internos e comunidades anfitriãs” conta com o financiado pela ACNUR e está a ser implementado nas províncias de Niassa, Nampula e Zambézia.

 

DESLOCADOS DO CENTRO DE REASSENTAMENTO DE NJATO, EM CUAMBA, CLAMAM POR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA

A população reassentada no centro de Njato, que acolhe famílias vítimas do Ciclone Gombe, se ressente de falta de quase tudo, desde serviços de saúde, água potável, segurança, machambas e escolas. Para aceder a alguns serviços básicos, por exemplo, tem de percorrer mais de uma hora a pé.

Em Njato, as famílias viviam em tendas, mas para minorar o seu sofrimento, o governo atribuiu-lhes espaços, material de construção composto por catanas, plásticos e bambus para erguerem suas residências

Naquele bairro, a Agência das Nações Unidas para refugiados (ACNUR) ofereceu diversos kits compostos por mantas, redes mosquiteiras, utensílios de cozinha baldes de 14 litros e lanternas solares. Este apoio foi possível com o suporte da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz).

Segundo Anabela Neves, mãe de três filhos e vítima do ciclone Gombe, a vida em NJato é mais segura e menos propensa a inundações, mas, no entanto, “tem falta de hospital, escola, água potável e espaço para a prática de agricultura”. Conta que os filhos frequentam a 9ª, 5ª e 3ª classes, mas tem de caminhar mais de uma hora a pé, para chegar a escola.

Apesar das dificuldades, agradece o apoio que ActionAid tem prestado a população local. Para a nossa fonte, uma das iniciativas que veio para melhorar a vida dos deslocados é o grupo de poupança e crédito rotativo (PCR).

Anabela revela que tem guardado o pouco dinheiro que tem no grupo de poupança “porque não temos ocupação e estamos a construir. O pouco que temos, poupamos”, disse, acrescentando que “todos os dias aconselhamos outras mulheres para poupar porque é boa coisa”.

A meio a diversas dificuldades e desafios, Anabela tem um sonho “quero ser feliz, ter uma boa casa e ver todos os nossos pedidos de apoios tornados realidade”.

Informações obtidas no terreno indicam que AAMoz e a ACNUR pretendem, para breve, a instalação de um espaço de recreação para que crianças e jovens possam brincar, se divertir e conhecer os seus direitos. Esta actividade conta com apoio da edilidade e governo local.

Refira-se que na sequência do ciclone Gombe, foram acolhidas em Njato um total de 401 pessoas, distribuídas em 87 famílias, sendo que neste momento são assistidas 72 famílias pela Actionaid com apoio da ACNUR.

 

SECRETÁRIO PERMANENTE DO DISTRITO DE CUAMBA PEDE MAIS APOIO A ACTIONAID

O pedido foi manifestado terça-feira, (13/09), durante uma visita de monitoria conjunta realizada pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) e a Agência das Nações Unidas para refugiados (ACNUR) ao distrito de Cuamba, província de Niassa.

Morais Aidene, Secretário Permanente de Cuamba, disse que a população daquele distrito “precisa do apoio da AAMoz para manter a sua vida”, acrescentando que há necessidade de contratar “dois pontos focais, sendo um da ACNUR e outro da Actionaid” de modo a monitorarem regularmente as actividades realizadas naquele local.

Aidene reconheceu e agradeceu o trabalho levado a cabo pela AAMoz e ACNUR no sentido de melhorar as condições de vida das populações deslocadas.

Prosseguindo, o Secretário Permanente desafiou as duas organizações (AAMoz e ACNUR) a capacitarem os beneficiários do projecto “protecção de deslocados internos e comunidades anfitriãs”.

“A ActionAid e a ACNUR tem estado a distribuir kits as populações deslocadas, mas pensamos que deveriam capacitá-las, de modo a que possam ter habilidades para fazer algo. Ou seja, ensiná-las a pescar ao invés de dar peixe”, afirmou o dirigente.

Por seu turno, a directora de Programas da ActionAid, Márcia Cossa, referiu que durante a estadia em Cuamba, a organização irá visitar os espaços seguros, famílias deslocadas de Cabo Delgado e Mecula, que estão no centro de reassentamento de Njato, onde se prevê um diálogo com mulheres membros do grupo de poupança e crédito rotativo (PCR).

Neste encontro de cortesia, participou ainda o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) que sugeriu a implementação de uma abordagem virada para a agricultura por forma a ajudar as famílias deslocadas.

O projecto “protecção de deslocados internos e comunidades anfitriãs” conta com o financiamento ACNUR e está a ser implementado nas províncias de Niassa Nampula e Zambézia.

 

MULHERES DO ESPAÇO SEGURO DE MUTXORA MUNIDAS DE CONHECIMENTOS SOBRE VIOLÊNCIA BASEADA NO GÉNERO

As mulheres que integram o Espaço Seguro de Muxtora, município de Cuamba, província de Niassa, estão melhores preparadas para a resposta a Violência Baseada no Género (VBG) mercê de uma capacitação realizada naquele ponto do país, liderada pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) com apoio financeiro da Agência das Nações Unidas para refugiados (ACNUR).

Esta constatação foi feita à margem de uma visita de monitoria conjunta levada a cabo pela AAMoz, ACNUR e pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).

As mulheres do grupo do Espaço Seguro de Mutxora, apresentaram os conhecimentos adquiridos durante o treinamento sobre VBG aos convidados e mostraram-se prontas para disseminarem toda a informação sobre a matéria na comunidade.

A AAMoz capacitou ao todo um total de 35 mulheres deslocadas dos ataques terroristas de Cabo Delgado nos espaços seguros. Destas, cinco foram seleccionadas para serem pontos focais do grupo. Este exercício contou com o apoio da liderança comunitária.

Nubaiva Adine, deslocada da província de Cabo Delgado, conta que aprendeu sobre os diferentes tipos de violência, entre elas, “física, doméstica, sexual, psicológica e financeira”. Neste momento, mostra-se capaz e confiante para disseminar mensagens sobre a VBG em Mutxora. Esta não escondeu a sua satisfação pelo facto de fazer parte das cinco mulheres seleccionadas, tendo agradecido a AAMoz por esta oportunidade de treinamento.

Chamu Chiabo, também deslocada de Cabo Delgado, explicou que teve a oportunidade de aprender “os conceitos de igualdade de género e equidade de género” e como reportar casos de violência. Segundo ela, “estamos perante um caso de violência quando um homem, força uma relação sexual sem o consentimento da mulher”, exemplificou.

Por seu turno, o delegado do INGD em Niassa, Frayd Taybo, louvou a iniciativa da AAMoz e pediu a integração de temas sobre gestão de risco de desastres e aviso prévio nos treinamentos dos espaços seguros.

Taybo sustenta este pedido, com o facto de que, no presente ano, durante a época chuvosa, previsões indicarem chuva acima do normal, num cenário em que 64.2% da população de Cuamba vive em risco, um número que poderá chegar aos 78%.

Já a Directora de Programas da ActionAid, Márcia Cossa, mostrou-se preocupada pelo facto do grupo de mulheres do Espaço Seguro ser formado apenas por deslocadas. Defende que as famílias anfitriãs, também podem fazer parte do grupo, o que no seu entender, vai contribuir para a integração destas mulheres e reduzir casos de discriminação na comunidade.

Importa referir que, esta iniciativa financiada pela ACNUR, faz parte do projecto “protecção de deslocados internos e comunidades anfitriãs” e está a ser implementado nas províncias de Niassa, Nampula e Zambézia.

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Agostinho Muchave https://tv.jornalvisaomoz.com

Agostinho Julião Muchave ou simplesmente Agostinho Muchave, é um cidadão moçambicano, nascido em Massinga, Inhambane, a 13 de Novembro de 1986. Muchave, cresceu em Maputo cidade e província onde chegou nos princípios de 1988 com sua família que fugia da pobreza absoluta e dos conflitos militares que assolavam aquela região da zona sul do país.
Em Maputo, Agostinho Muchave, teria encontrado refúgio junto de sua família com apoio de alguns conhecidos de seu pai(Julião Nhiuane Gemo Muchave), após residir na residência de seus avós maternos na cidade de Maputo(Alto-Maé), por mais de 4 anos. Muchave apesar de ter nascido no meio à guerra de desestabilização do país provocada pela Renamo, conseguiu sobreviver e como muitos jovens tem muito por contar.
Muchave, diferente de muitas crianças da época, só conseguiu estudar numa escola oficial aos 10 anos, fazendo a 1ª classe. Aliás no mesmo ano em que o mesmo entra para escola, faz duas classes sendo uma por cada semestre chegando ao ano de 1997 já na terceira classe. “Frequentei aquelas duas classes no mesmo ano porque a escola estava a fazer experiência, sendo que eramos os alunos de primeira via e com idade muito superior, viu-se a instituição puxar-nos e também experimentar outro nível pois era uma escola da igreja Católica”, conta.
Muchave, fez o seu ensino primário em diversas escolas devido a falta de vagas na altura para estudar numa escola pública, mas em 1999 consegue a proeza e em 2003 entra para o ensino técnico profissional, fazendo seu nível técnico em serralharia Mecânica no Instituto Industrial e Comercial da Matola, donde só saiu nos finais de 2006. Frustrado em 2007 por não ter conseguido fazer o curso de professor devido a falta de fundos, Muchave decide ir atrás do seu sonho de Adolescência, “fazer rádio”.
Ainda no ano de 2007, Agostinho Muchave acompanhado do seu amigo e vizinho Nélio Nairrimo, saem com destino a Rádio Trans Mundial, onde vieram a conseguir vaga para aprender e estagiar em matérias de Jornalismo Básico, Edição e Produção bem como apresentação de programas e radionovelas.
A experiência foi muito boa até que em agosto de 2008 Agostinho Muchave, sai junto do seu amigo da Rádio Trans Mundial e abraçam a recém formada Rádio Cidadania(100.9FM). Naquela rádio cruzam com o gestor da mesma João da Silva Matola, que em troca de produzirem Gingles da Rádio e Publicidades, continuam sua carreira como parceiros e colaboradores da mesma.
A parceira só viria a durar 4 meses, sendo em 2009, Agostinho Muchave decide abraçar uma nova área profissional, passando a trabalhar como assistente de contabilidade e estafeta de uma empresa sedeada aqui em Maputo, pertencente a uma família indiana.
Agostinho Muchave, trabalhou por 6 meses e o bicho de rádio tomou conta dele que dispensava algum tempo para continuar a gravar radionovelas na Rádio Cidadania isso ainda em 2009. Mesmo fascinado em ganhar dinheiro, Muchave decide em 2011 após uma série de eventos insatisfatórios abraçar a comunicação como seu único meio até que Deus o tenha. No ano 2011 em Agosto, Muchave volta a Rádio Cidadania, esta que já estava num endereço novo além do da Marien Ngoabi, e por lá fica Chefe do Departamento de Marketing e Publicidade e daí continua a produção de programas, bem como auxiliando o seu companheiro de trincheira Nélio Nairrimo na área técnica.
Agostinho Muchave, curioso e criativo, começou seu interesse pela Electrotecnia, chegando a fazer formação Online na matéria, com tutores do Brasil em Diagnóstico e Reparação de equipamentos informáticos. Agostinho Muchave, para além de ser responsável de Marketing e Publicidade na Rádio, colaborou também para a Associação Moçambicana para Promoção da Cidadania que é proprietária da Rádio Cidadania como assistente de Comunicação e Imagem durante 2 anos.
Agostinho Muchave para de Ser Jornalista é produtor de programas de rádio, música, roteirista de radionovelas, trabalho que o faz profissionalmente desde 2014. Agostinho Mcuchave após seu percurso com ONG´s e rádios, em Maio de 2013 entrou para a Rádio Voz Coop, a qual é colaborador até a data actual. No meio deste percurso de Rádio Jornalista, formado no nível Médio, fez uma formação em Finanças Públicas, Contabilidade Geral e Financeira, Género e Mulher, WebDesigner, Indesigner, Gestor de Redes Sociais e Criador de Aplicativos usando várias linguagens informáticas e softwares, tendo criado várias rádios online de Moçambique e Websites de diversas instituições e respectivas redes sociais, engajadas e em funcionamento.
Devido a sua peculiar curiosidade pela Tecnologia, Agostinho Muchave, está neste momento a desenhar uma rede social aliada o novo projecto em busca de financiamento denominado Visão Novo Moçambique Tv & Rádio. No recente projecto, o jovem comunicador busca a popularização da liberdade de opinião e imprensa através da internet num país onde as políticas ainda se negam a oficializar os canais de rádio e tv bem como jornais pela internet, “negando assim a liberdade de imprensa e expressão como se pretende no país”.
“A tomada de qualquer decisão sobre as políticas e o futuro de cada cidadão devem ser feitos de maneira informada e com conhecimento de causa e consequências. Isso eu chamo de liberdade de escolha. E não o que vivemos em que alguém comenta e é alvo de perseguição ou mesmo morto”, realça o Jornalista.
Agostinho Muchave é responsável desde 2018 pela execução e realização do Jornal Visão, uma entidade registada em Moçambique em nome de Cátia Mondlane, que viu o empenho do jovem e o entregou para a gestão aquele órgão de informação. Muchave, já colaborou com várias instituições públicas e privadas e continua fazendo esse trabalho na área de design e formação em matérias de comunicação e jornalismo como é o caso do Instituto Superior Gwaza Muthini, Ministério do Interior(Relações Públicas) e diversos jornais como GENERUS, NÓS, Visão, GWAZANEWS, BOLETINS DAS DIRECÇÔES PROVINCIAIS DE SAÚDE e com outras ONG´s como é o caso do CIP, REDE DA CRIANÇA, Associação dos Defensores dos Direitos da Criança, Óptica Vista Alegre, Southland Waters e muio mais.
Não pode caber em dez parágrafos a história e percurso de um homem cuja capacidade é inestimável e o conhecimento é vasto.

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